"Excelente trabalho! O tema é crucial para a gestão hídrica e a pesquisa sobre PSA está bem fundamentada, abordando os arranjos institucionais e o ODS 6. O trabalho menciona a fragilidade da participação cidadã (top-down). Na opinião de vocês, qual seria a estratégia mais eficaz para transformar a implementação do PSA hídrico de uma política top-down para um modelo realmente democrático e participativo?"
Enviada em 30/10/2025 às 11:46:07 horas.
RESPOSTA DO AUTOR:
"Bom dia, inicialmente agradeço pela interação. É provável que, na maioria dos governos ao redor do mundo, o modelo top-down seja o ponto de partida para a formulação e implementação de políticas públicas, inclusive no caso do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) hídrico. Essa abordagem centralizada tende a priorizar decisões técnicas e institucionais, muitas vezes afastando os stakeholders locais — como comunidades, produtores rurais e organizações da sociedade civil — dos processos decisórios.
No entanto, observa-se uma tendência — ainda que gradual — de transição para modelos mais democráticos e participativos, especialmente quando se busca maior legitimidade, eficácia e aderência às realidades territoriais. Nesse sentido, o fortalecimento dos espaços de governança participativa, a promoção da educação ambiental e a capacitação das comunidades, bem como a ampliação da transparência e do acesso à informação, são estratégias fundamentais para integrar os stakeholders de forma ativa e corresponsável.
O desafio, contudo, reside na fragmentação da cidadania. Muitas vezes, os indivíduos se percebem como espectadores e não como protagonistas da gestão dos recursos naturais, como se o destino coletivo estivesse condicionado apenas à ação de poucos. Superar essa lógica exige a construção de uma cultura política baseada na corresponsabilidade, no diálogo e na valorização do território como espaço comum de vida e decisão.
"
Respondida em 31/10/2025 às 11:32:25 horas.