"Excelente trabalho! Quais desafios éticos os psicólogos enfrentam ao intervir em casos de adultização, especialmente quando precisam equilibrar respeito à autonomia familiar e proteção da criança?"
Enviada em 31/10/2025 às 12:04:50 horas.
RESPOSTA DO AUTOR:
"Obrigada, Tainah! Fico feliz que tenha gostado.
Essa é uma excelente pergunta. Acredito que a família tem o direito de educar seus filhos conforme suas crenças e valores (autonomia familiar), mas o psicólogo também tem o dever ético e legal de proteger os direitos da criança quando há violação de seus direitos fundamentais (conforme consta no ECA e no Código de Ética Profissional do Psicólogo). A questão é até que ponto o profissional pode ou deve intervir em práticas familiares que não configuram abuso explícito, mas prejudicam o desenvolvimento infantil. E nesse caso, o psicólogo deve atuar de modo não impositivo, privilegiando o diálogo, orientação e psicoeducação aos responsáveis, ao mesmo tempo em que monitora possíveis riscos à integridade da criança.
Outro desafio seria o sigilo das informações obtidas, pois a quebra do mesmo pode por em risco o vínculo terapêutico ou até mesmo a vida da criança (embora exista casos específicos de quebra de sigilo, onde o profissional tem o dever ético e legal de comunicar órgãos específicos, como consta no art. 13 do ECA, por exemplo). Nesses casos, cabe ao profissional analisar o nível de risco e colocar o bem-estar e a segurança da criança como o principal critério, agindo com uma prática fundamentada legal e eticamente.
Outro desafio também seria evitar que valores pessoais do psicólogo interfiram em sua escuta ou atuação. Uma estratégia ética para isso seria adotar uma postura reflexiva e culturalmente sensível, reconhecendo a diversidade de contextos, mas sem relativizar práticas que ferem os direitos da criança.
Esses seriam um dos desafios mais recorrentes dessa prática. Mas é necessário analisar cada contexto com suas respectivas particularidades. "
Respondida em 31/10/2025 às 15:30:43 horas.