"Muito bom o vídeo, trabalho bem executado, alguns questionamentos me sugiram: Você cita sobre classes econômicas , como as diferentes condições socioeconômicas influenciam a construção da identidade dos adolescentes, levando em consideração as desigualdades de acesso à educação e às experiências culturais? Violência influencia ?
De que maneira a "modernidade líquida", como proposta por Bauman, impacta as relações intergeracionais e a percepção da adolescência no mundo contemporâneo?
E quais os desafios e possíveis soluções para criar um "contrato geracional" dentro das famílias, garantindo que a liberdade dos adolescentes seja respeitada sem perder a autoridade e o diálogo entre gerações?"
Enviada em 24/10/2024 às 15:52:54 horas.
RESPOSTA DO AUTOR:
"Primeiramente, fazemos nossos cumprimentos ao referido(a) avaliador(a). Você tece questionamentos bastante relevantes que somam para a construção da nossa pesquisa, a qual pretendemos elucidar a seguir. Acreditamos, pelas leituras utilizadas no referido resumo expandido, que o termo identidade ele se (inter)relaciona de uma composição multifatorial, sendo essas questões diretamente ligadas ao acesso básico: educação, cultura, saúde, etc. Ou seja, quando utilizamos intencionalmente o termo identidades, é justamente para trazer a ideia da multiplicidade de vivências e experiências nessa fase da vida, sendo que, como o referido avaliador(a) trouxe, em uma vivência mais periférica e violenta, em muitas vezes, pelo não-acesso aos direitos básicos, terá uma composição marginalizada, à margem.
Pensando nessa multiplicidade de vivências das adolescências, quando referenciamos o autor Bauman em sua obra sobre Modernidade líquida é devido ao fato de que nossa pesquisa está demarcada por uma idade e fase da vida repleta de transformações, composições e interações sociais que tem um viés imediatista, podendo causar embates intergeracionais principalmente dentro das relações familiares. Pois as relações adolescentes extrapolam em de um lugar de qualidade e tempo, e se transforma para uma conexão mais superficial que poderá ser desfeita a qualquer momento, por mudanças repentinas sem tantas problematizações/fundamentações.
Diante do exposto, o maior desafio presente de se criar um contrato geracional diríamos que é chegar a um comum acordo de ideias, visões, modos de vida e regras que sejam coerentes e concordantes para ambos os lados geracionais. A ideia é elucidar as diferenças de forma clara e bem comunicada por parte das famílias, e incentivar os adolescentes a também criticizar posicionamentos e escolhas que os façam sentido, dentro de sua atual realidade. Envolvendo dentro deste “contrato” intergeracional: respeito, empatia, inclusão e até mesmo divergências presentes nas relações. Pois acreditamos que a autoridade, não vem tão somente da relação de poder instituída entre família e adolescente, como também pode ser construída através de um campo de afetações que envolva diálogo e inclusão. Novamente, agradecemos os questionamentos, esse tema é muito relevante, pode ser fruto de diversas pesquisas!
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Respondida em 25/10/2024 às 10:32:30 horas.