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Psicologia


3.1.7.23    PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO DO HOMEM: SERIA A VIOLÊNCIA UM DISPOSITIVO?  



Autores: EMANUEL JOSE LAHOS BORGES, STEPHANEI COELHO PAULINI, LUIZ AUGUSTO BAESSO TURCI, MATHEUS LIMA DOS SANTOS, TAYNA CECCON MARTINS




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Comentários:




AVALIADOR DO PÔSTER VÍDEO:

"Primeiramente, parabéns aos autores pelo presente trabalho. O tema é de grande relevância social diante de uma sociedade cuja subjetividade do homem é formatada como um ser hegemônico. Sobre a apresentação em vídeo, percebo que o autor tem conhecimento sobre o tema, porém percebi uma ausência de segurança na comunicação. Sobre isso sugiro uma leitura sobre comunicação pública que pode ser de grande valia para os autores (https://www.jovemcomciencia.com/2017/12/como-falar-em-publico.html). Sobre o tema do trabalho, gostaria de saber dos autores sobre os processos de subjetivação do homem e sua relação com a religião atualmente. Obrigado."

Enviada em 30/10/2020 às 10:49:35 horas.


RESPOSTA DO AUTOR:

"Olá, boa tarde. Estou grata pelas contribuições. Em relação às "travadas" de minha pessoa, fico muito grata de ter tido o tato e a percepção para ter sido afetada em relação às minhas inseguranças; sempre, para mim, haverá espaço para aprendizado. Apreciei e ainda terei muito a apreciar da leitura proposta. Com relação às reflexões propostas, assim como das ideias apresentadas, acredito que foram de grande precisão e pontualidade; considerando os contextos em que estamos inseridas no dia-a-dia, com um aumento de discursos neoconservadores, figuras religiosas estão tomando outras formas de reconhecimento, partindo como justificativas para discursos a-humanitários. Nisso, poderíamos fazer uma relação com o fato de que esta violência, isto é, a formatação do discurso fascista, é uma forma de violência e busca legitimizar um grupo, normalmente hegemônico. Considerar os pápeis sociais e as performances homens como hegemônicas é um pressuposto necessário para estudar relações de gênero, e aqui, não seria diferente; tendo isso em mente, do mesmo modo que grupos religiosos, e grupos não-religiosos (mas que adaptam um discurso religioso) usam da violência como forma de buscar um espaço, e revogar espaços anteriormente "conquistados" através de lutas sociais de outros grupos. Acredito que possa estar saindo do ponto, ou estar criando um ponto totalmente diferente, porém acredito ser interessante considerar como grupos fascistas usam da mesma lógica de subjetivação que homens, que através da violência e da negação do diferente, se consegue fôlego. Porém, isso pode, também, passar por outra ótica de discussão. Se partirmos do pressuposto que homens num contexto social são detentores de conhecimento ou tidos como referência, numa logica religiosa não seria diferente. Quando analisamos os contextos em que estamos inseridas, eurocentrados, ocidentais, colonizados, nos deparamos com certas linhas de subjetivação que de nós são esperadas, como, por exemplo, o fato de sermos um país cristão; de nós, é esperado que relacionemos "religião" com cristianismo. A partir disso, então, entraríamos num jogo de relações bastante similares, se comparados — os círculos de socialização de homens são baseados em enrijecer-se e esperar que "algo seja", isto é, "que eu não seja homem errado". Similarmente, em círculos religiosos, nós temos críticas relações de subjulgação, geralmente tão-somente baseadas no modelo-de-ser. Performances hegemônicas dentro do âmbito religioso são comuns e esperadas, pois religiões são baseadas em dogmas estritamente definidos; tal seriam, similarmente, os rituais de masculinidade, de endurecer, de "entoxicar-se" para se tornar homem. Ainda, analisando os conceitos de panóptico e espaço de confissão foucaultianos, tanto no âmbito religioso quanto "masculino" temos momentos de confissão para que o incorreto torne-se correto, e esses momentos são essenciais para a construção das performances. Espero que tenha apreciado minhas reflexões. Estou grata."

Respondida em 30/10/2020 às 15:25:13 horas.




VALDINEY MARQUES DE OLIVEIRA

"Muito importante refletir sobre a violência na construção do "rito masculino", os homens veteranos colocados como guardiões dos ritos de iniciação e subjetivação, os homens em formação, sendo forçados ao comportamento idealizado. O pior é observar que a violência sofrida, ao mesmo tempo que faz vítimas, constrói algozes! Parabéns Emanuel pelo trabalho!!! Gosto muito de ler sobre a construção histórica dos papeis (im) postos e as transformações que passam ou são possíveis pelo movimento da sociedade."

Enviada em 29/10/2020 às 20:37:05 horas.


RESPOSTA DO AUTOR:

"Valdiney, estou feliz que se interesse por um tema que infelizmente ainda não faz parte das discussões acadêmicas. Existem poucos autores e poucas autoras que falem sobre a construção do que é ser homem, e como isso afeta os pápeis sociais. Estou muito grata de ter dito o que disse."

Respondida em 29/10/2020 às 20:51:29 horas.




LUIZ AUGUSTO BAESSO TURCI

"Muito interessante pensar sobre como a masculinidade é validada por meio da violência, bom trabalho."

Enviada em 29/10/2020 às 14:01:29 horas.


RESPOSTA DO AUTOR:

"Obrigada. É de intensa necessidade nos perguntarmos como tornamo-nos homens e como isso pode ajudar a reduzir desigualdades."

Respondida em 29/10/2020 às 15:04:31 horas.




NIKITA DE FREITAS

"Excelentes questionamentos! A imposição de perfis específicos enquanto masculinos ou femininos adquirem caráter tóxico e de repressão dos sujeitos. Muito relevante. Parabéns pelo trabalho!"

Enviada em 29/10/2020 às 13:25:36 horas.


RESPOSTA DO AUTOR:

"Muito obrigada, Nikita. Tenho fé que a partir dos questionamentos de como somos colocadas no mundo, socializadas e validadas, podemos ver caminhos novos do que poderemos ser!"

Respondida em 29/10/2020 às 13:41:49 horas.